💰 Investir ou Empreender: Afinal, Qual a Diferença?
Ano passado, fui convidado para ministrar uma aula sobre investimento a uma aluna da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sendo professor de português, meu conhecimento empírico acabou sendo útil na aula de geografia. Essa experiência — minha primeira e única atuação docente na área de finanças — me motivou a escrever este texto para explicar, de forma simples, a diferença entre “investir” e “empreender”.
Investir
e Empreender não são sinônimos! Esses
dois verbos são frequentemente confundidos. Muita gente acredita que significam
a mesma coisa, mas há uma diferença importante entre eles.
Empreender
Quando ouvimos as palavras
“empreender” ou “empreendimento”, muitas pessoas logo pensam em negócios
inovadores, principalmente nas famosas start-ups — aquelas empresas que surgem
com soluções criativas para problemas da sociedade, geralmente com o uso
intenso de tecnologia.
Mas empreender é mais amplo do que
isso. Hoje em dia, nas redes sociais, muitos influenciadores vendem a ideia de
empreender como a “cura” para trabalhadores insatisfeitos com salários baixos
ou com a subordinação do emprego formal.
De
forma simples, empreender é construir um negócio. Seja um restaurante, uma
confecção, um salão de beleza ou até uma franquia.
O
dinheiro que temos para empreender (geralmente é uma grande quantia!) é usado
para:
- aluguel ou compra de espaço físico
- compra de matéria-prima
- aquisição de equipamentos
- contratação de funcionários
- investimento em publicidade
Além disso, empreender exige lidar
com aspectos jurídicos e burocráticos: contrato social, estatuto, alvarás,
licenças ambientais, legislação específica etc. E isso se estivermos falando de
negócios formais — há também muita gente que empreende na informalidade.
Resumo: Empreender é aplicar
dinheiro e energia na construção de um negócio próprio, do zero ou em
sociedade.
Investir: Comprar ou Emprestar
Quando falamos de investir, o
processo costuma ser menos complexo. Basicamente, investir envolve duas ações:
1. Comprar um ativo
Pense no verbo “comprar”. Quando
você compra algo, troca seu dinheiro por um bem que deseja. A lógica do
investimento é a mesma: você troca seu dinheiro por algo que tem valor e pode
se valorizar com o tempo.
Por
exemplo:
- Investir em ouro: você compra ouro.
- Investir em ações, ETFs ou fundos imobiliários (FIIs): você compra um pedaço
de empresas ou negócios.
Importante: Você está trocando um
ativo de alta liquidez (dinheiro) por outro ativo que tem menor liquidez, mas
potencial de valorização.
Exemplo real: ação do Itaú
Quem comprou ações lá atrás viu seu dinheiro crescer 160% em cinco anos! Claro que esse é um exemplo perigoso — essa valorização esconde riscos, que discutiremos em um próximo texto.
2. Emprestar dinheiro
A outra forma de investir é
emprestando seu dinheiro — com a expectativa de recebê-lo de volta com juros.
A figura do agiota é bem conhecida,
mas... você pode emprestar legalmente, com segurança, direto do seu celular!
Você
pode emprestar para:
-
Bancos, por meio de CDB ou RDB (Caixa, Itaú, Bradesco, Santander, Inter, Nubank
etc.)
- Empresas, por meio de debêntures (Petrobras, Sadia, Brahma, Riachuelo,
Atacadão etc.)
- Governo Federal, via Tesouro Direto
- Outras pessoas, por meio de plataformas de empréstimo P2P (ex: Bullla,
PicPay)
O foco aqui é receber de volta o
valor emprestado com juros na data combinada. Se você se lembra das aulas de
matemática financeira, esse é o famoso juros compostos.
Conclusão
A grande diferença entre empreender
e investir está na complexidade e no papel que você assume:
- Empreender é colocar dinheiro e
trabalho na criação e gestão de um negócio.
- Investir é colocar dinheiro em algo que já existe, esperando retorno sem
necessariamente se envolver com a gestão.
Em breve... Nos próximos textos, vou explorar com mais detalhes os temas:
- Ações
- ETFs
- Fundos Imobiliários (FII)
- Formas de empréstimos e investimentos de renda fixa
Fique por perto. Até breve!
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